sábado, 21 de março de 2009

O ensino da leitura: A Avaliação

A actividade vai ter em simultâneo duas tarefas, a primeira será a leitura individual do texto por parte do aluno para o professor e o registo e apreciação da leitura numa grelha elaborada para o efeito. Outra tarefa será a exploração da consciência fonológica (Identificação do tema e da ideia principal, identificação da estrutura do texto) que prepara a leitura e permite um contacto prévio com o texto que o aluno irá ler.



Iniciamos com o esclarecimento da actividade a realizar.
Distribuição do texto, a cada aluno dentro do estipulado para alunos do 3º e 4º ano como referido no livro: ”Para a avaliação do desempenho da leitura”,Sim-Sim et all Lisboa, M.E.,2007
Preparação da leitura: leitura silenciosa
Leitura por parte do professor para a turma
Interpretação oral do mesmo
Leitura do texto individualmente para o professor registando este na grelha de
observação da leitura relativamente à entoação, articulação, respeito pela pontuação e expressividade.


Resolução de ficha de trabalho sobre o texto (individualmente no lugar), e realização de uma ilustração
Discussão sobre a forma como correu o desempenho individual nesta tarefa




Texto


EB1 de Santo Ovídio 3º ano

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É sempre difícil abandonar a casa em que se nasceu e a que se estava habituado, tão habituado como à luz do dia ou à escuridão da noite. Mas para Luís, difícil, difícil, foi separar-se de Bigodes, no seu entender o rafeiro mais bonito e mais esperto do que qualquer cão de raça com o nome pomposo de algum herói da História.
Um dia antes da partida, entregou-o à viúva do ourives, a Dona Amélia, que sempre tinha achado graça ao seu focinho peludo e aos seus olhos malandros. Embora soubesse que ela o iria tratar bem, Luís teve a sensação de deixar ficar para trás um pedaço do seu coração que lhe iria fazer falta e que, um dia, teria de ir buscar para o repor no sítio. Um coração quer-se inteiro, ou não será assim?
Claro que é. Há momentos na vida das pessoas que se cravam na carne como os pregos e que alicate nenhum de lá consegue tirar. Um momento assim foi aquele em que o Luís entregou o Bigodes à Dona Amélia e falou deste jeito:
- Cá está o Bigodes, Dona Amélia. Seja amiga dele, sim? E dê-lhe um bom osso todos os dias. O senhor Felisberto do talho não leva nada por isso. Trago-lhe aqui a escova de arame. O Bigodes está habituado a ser escovado aí umas duas vezes por semana …
Nisto o Bigodes levantou o focinho para o Luís com um trejeito de surpresa e depois ergueu-se nas patas traseiras para, com as dianteiras, lhe arranhar a camisola, no sítio do peito. Dum modo semelhante costumava arranhar a porta de casa para pedir que lha abrissem. Luís ainda conseguiu dizer-lhe:
-Tem paciência, Bigodes. Estou farto de te explicar que lá na cidade, no prédio onde vou morar, não deixam a gente ter cão.
Depois afastou-se a correr.

Ilse Losa, 2003, In “Na quinta das Cerejeiras” (texto com supressões). Porto: Edições ASA.















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